A cereja nacional, este ano, é de boa qualidade. Vindo de longe, vive connosco há tempo bastante para que o tratemos como um dos nossos. E, para além da invejável destreza, possui outro traço muito próprio: não faz música como se estivesse em risco de perder o avião. Quer dizer que -nuns discos mais, noutros menos- na sua música se respira e dentro dela se abrem espaços para -quem assim o deseje- decifrar códigos no que mais não é que para degustar. E este repasto muito de novo nos traz. Porque não tem sido fácil a reactivação de um diálogo luso-africano simultaneamente banhado pelas luzes da contemporaneidade e da tradição. Sem qualquer desprimor para aventuras de valor reconhecido além-fronteiras, reside a diferença, justamente, nesse ponto. Aqui, não se parte de lá nem de cá: contemplam-se, com olhar sabido, duas realidades e estuda-se a forma mais natural de insuflar vida nova a uma 'dança de família' perdida no tempo (e na política). Talvez porque pouca gente tenha dado a merecida atenção aos episódios de relevo de Ruy Mingas, ao pioneirismo modernista de Bonga nos 70 e ao 'período afro' do Duo Ouro Negro.
Lema
40 Anos a Desfazer Opinião
quinta-feira, 10 de julho de 2014
A Cereja do Topo 2
Rocky Marsiano - Meu Kamba
A cereja nacional, este ano, é de boa qualidade. Vindo de longe, vive connosco há tempo bastante para que o tratemos como um dos nossos. E, para além da invejável destreza, possui outro traço muito próprio: não faz música como se estivesse em risco de perder o avião. Quer dizer que -nuns discos mais, noutros menos- na sua música se respira e dentro dela se abrem espaços para -quem assim o deseje- decifrar códigos no que mais não é que para degustar. E este repasto muito de novo nos traz. Porque não tem sido fácil a reactivação de um diálogo luso-africano simultaneamente banhado pelas luzes da contemporaneidade e da tradição. Sem qualquer desprimor para aventuras de valor reconhecido além-fronteiras, reside a diferença, justamente, nesse ponto. Aqui, não se parte de lá nem de cá: contemplam-se, com olhar sabido, duas realidades e estuda-se a forma mais natural de insuflar vida nova a uma 'dança de família' perdida no tempo (e na política). Talvez porque pouca gente tenha dado a merecida atenção aos episódios de relevo de Ruy Mingas, ao pioneirismo modernista de Bonga nos 70 e ao 'período afro' do Duo Ouro Negro.
A cereja nacional, este ano, é de boa qualidade. Vindo de longe, vive connosco há tempo bastante para que o tratemos como um dos nossos. E, para além da invejável destreza, possui outro traço muito próprio: não faz música como se estivesse em risco de perder o avião. Quer dizer que -nuns discos mais, noutros menos- na sua música se respira e dentro dela se abrem espaços para -quem assim o deseje- decifrar códigos no que mais não é que para degustar. E este repasto muito de novo nos traz. Porque não tem sido fácil a reactivação de um diálogo luso-africano simultaneamente banhado pelas luzes da contemporaneidade e da tradição. Sem qualquer desprimor para aventuras de valor reconhecido além-fronteiras, reside a diferença, justamente, nesse ponto. Aqui, não se parte de lá nem de cá: contemplam-se, com olhar sabido, duas realidades e estuda-se a forma mais natural de insuflar vida nova a uma 'dança de família' perdida no tempo (e na política). Talvez porque pouca gente tenha dado a merecida atenção aos episódios de relevo de Ruy Mingas, ao pioneirismo modernista de Bonga nos 70 e ao 'período afro' do Duo Ouro Negro.
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