Menos sorte, por isso, tiveram os briosos combatentes da causa da liberdade, via música, da África do Sul. Dollar Brand partiu e -com nome ocidental e/ou muçulmano- foi grande dos dois lados do Atlântico. Hugh Mazekela, embora feito de outra 'massa' (mista), foi um gigante, de âmbito estético mais vasto, e ainda o é, como Lisboa irá comprovar em Junho.
E, depois, há o notável destacamento, também em fuga ao apartheid, que escolheu Londres como rumo. Chris McGregor (um branco) comandava a nata do jazz 'made in Soweto', também este 'feito à (sua) medida'. Começou por dar às costas do Mar do Norte como The Blue Notes; logo se deixou de 'pescar' o nome nas águas do jazz e mudou-se para 'os mares do espírito' -The Brotherhood Of Breath.
Johnny Dyani, Dudu Pukwana, Harry Miller, Mongezi Feza (presente como trompetista e compositor em "Ruth Is Stranger Than Richard", de Robert Wyatt) e Louis Moholo (baterista dos Rip Rig + Panic, em Vilar de Mouros 1982) tiveram -à excepção do último- 'arte longa e vida breve'. Mas que ficou para trás? O jazz fechou as portas lá no Sul, quando Dollar Brand, antes da partida, erguera, qual bandeira, um soberbo "Soweto Is Where It's At"? A resposta está aqui, tem distribuição nacional e amanhã haverá mais: "Spirit Of Malombo: Malombo Jazz Makers, Jabula And Jazz Afrika 1966-1984".
Tive a felicidade de assistir ao concerto de Abdullah Ibrahim no festival de Matosinhos nos anos 90 ;).
ResponderEliminarReferir tb que quando Letta Mbulu abandonou o Soweto, o jazz das terras do Sul ficou mais pobre. Ganhou o Tio Sam !
Inteiramente de acordo. "Naturally" é um 'must'. Para não falar na canção que a tornou notada a Ocidente: "What's Wrong With Groovin'".
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